segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Um olhar sobre a Medicina Indiana


A Medicina indiana é conhecida também como Ayurveda, palavra que é originada da união de duas raízes sânscritas: "ayus, significando vida, e "veda", significando conhecimento, sabedoria ou ciência. Ayurveda é a ciência do dia-a-dia, literalmente significando "conhecimento da vida". O Ayurveda propõe a integração não só entre corpo e espírito, mas também entre o meio e os sentidos, seguindo sua filosofia de que o homem possui um universo dentro de si mesmo(microcosmo) e está inserido dentro do macrocosmo, interagindo com este a todo momento.

O que é saúde para a medicina ayurvédica? É saudável a pessoa que possui equilíbrio entre mente, corpo e espírito, equilíbrio entre os doshas (vata, pitta e kapha), princípios universais responsáveis pelo bom e pelo mal funcionamento dos diferentes órgãos do corpo, que tem uma boa digestão, bons elementos estruturais do corpo e uma regular excreção dos produtos (toxinas) de seu metabolismo.

A abordagem ayurvédica objetiva, em primeiro lugar, preservar e promover a saúde das pessoas através da adoção de uma rotina diária, respeitando a constituição individual de cada um. Como veremos mais adiante, esta rotina implica na incorporação de novos hábitos, de maneira consciente, em diversos âmbitos de nossa vida, como a alimentação, o sono, a sexualidade, considerados os três pilares da boa saúde. Para tanto, se utiliza de uma gama de recursos como dietas, ioga, meditação, massagens com óleos medicinais e aromaterapia. Quando necessário, o Ayurveda também busca curar doenças, mas sempre trabalhando em conjunto com a promoção da saúde: a medicina indiana lida com a pessoa doente e não com a doença. Essa aproximação com a pessoa doente pode ser feita através dos oito ramos principais:

1. Medicina Interna (Clínica Geral)
2. Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia
3. Psiquiatria e Psicologia
4. Doenças da Cabeça e Pescoço
5. Cirurgia Geral
6. Toxicologia
7. Ciência do Rejuvenescimento
8. Ciência dos Afrodisíacos

As ciências do rejuvenescimento e dos afrodisíacos lidam com pessoas saudáveis, enquanto os outros seis ramos lidam com a pessoa doente. Pessoas desejosas de vida longa deveriam seguir os ensinamentos do Ayurveda, o que levaria à realização de quatro importantes objetivos de vida: riqueza, prazer, auto-realização e evolução espiritual.

Mais do que preservar a saúde e curar todo tipo de males, o Ayurveda propõe a transformação das pessoas porque estimula uma nova atitude mental em relação à vida: elas aprendem a meditar, a comer e a dormir melhor, a treinar a mente para extravasar emoções tóxicas e a ter consciência de seu corpo, do espaço que ele ocupa e do propósito de sua existência neste momento. Esta transformação é possível através conhecimento prático da auto-cura, que pode ser adquirido por qualquer pessoa.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quando menos é mais, por Helena Echlin

Ganhe tempo para fazer coisas que ama simplificando sua vida

Tradução: Thays Biasetti

  
Judy Davis nunca compra nada novo se puder evitar. Essa consultora de marketing freelancer de 58 anos prefere roupas de brechó e móveis usados. Em vez de comprar presentes, ela dá plantas de seu jardim ou bolsas que costura com tecidos de roupas vintage. Judy é parte de um grupo que fez um voto de não comprar nada novo por um ano exceto o essencial como comida, remédio, produtos de limpeza e roupas íntimas (mas não vale lingerie de Paris). Embora algumas pessoas levam a simplicidade tão a sério como esse grupo, mais e mais de nós estamos involuntariamente diminuindo as compras e o consumo. Muitos indivíduos que escolhem esse estilo de vida são yogis. O trabalho seminal da filosofia do Yoga, Yoga Sutra de Patanjali, desaprova o materialismo e alguns yogis acham que apenas a prática de asana os ajuda a ser mais feliz com menos.

A busca pela vida simples não é novidade, claro. De Quakers a Transcendentalistas, o mundo sempre teve essas pessoas que se associam simplicidade com crescimento espiritual. Os hippies encontraram simplicidade apelando para razões mais seculares, como sustentabilidade ecológica. Mas aqueles que praticam uma vida sem consumo não são necessariamente ascetas espirituais ou tipos fora do “mundo”. Muitos são pessoas comuns que estão modificando o comportamento do dia a dia tentando ser conscientes sobre o que comer, dirigir e comprar.

Nos últimos 15 anos, “a simplicidade voluntária” ganhou milhares de adeptos. Muitos livros foram publicados como Do Berço ao Berço, de William McDonough e Michael Braungart; Capitalismo Natural, de Paul Hawken, Amory e Hunter Lovins; Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, e A Ecologia do Comércio, de Paul Hawken. Dezenas de sites também pregam a sustentabilidade no Brasil e no mundo, como Portal da Sustentabilidade e Atitudes Sustentáveis.

A maioria das tradições religiosas encoraja a vida simples e o Yoga não é exceção. No Yoga Sutra, Patanjali mostram os yamas (restrições morais) e niyamas (observanças), um conjunto de 10 princípios cruciais para o progreso do indivíduo pelo caminho yógico. Um dos yamas é o aparigraha, geralmente traduzido como não cobiça,. Mas significa mais do que apenas ter apenas o que necessita, explica David Frawley, fundador e diretor do American Institute of Vedic Studies e autor de vários livros. Aparigraha também significa “não ter muitas coisas desnecessárias em volta de você e não ansiar por coisas que outras pessoas têm,” diz Frawley. Em outras palavras, aparigraha também significa manter apenas o que precisa e querer apenas o que precisa.

Aparigraha leva naturalmente para um dos niyamas: santosha ou “contentamento”: estar satisfeito com os recursos à mão e não desejar mais. Enfim, Frawley diz, “Yoga é a transcendência do desejo por coisas externas, que é a causa do sofrimento, e encontrar paz e felicidade internamente.”


Fonte: Revista Yoga Journal

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Dos deuses, por Laura Pires

O chocolate segundo o Ayurveda

Muito se fala sobre os benefícios e malefícios do chocolate, mas e o Ayurveda? Como essa milenar sabedoria caracteriza esta tentadora substância?

O cacau é amargo, e tem muitas propriedades medicinais. É levemente nutritivo, estimulante, cal­mante e afrodisíaco. Tem características rajásicas: estimula e acelera mente e corpo. Aumenta vata e pitta.
Para o Ayurveda, os grandes vilões do chocolate são o tipo de gordura e a quantidade e tipo de açúcares uti­lizados na preparação.

O chocolate amargo é considerado o mais saudável. É feito do cacau puro, sem a adição das gorduras do leite, e contém alto teor de flavonoides. Os ao leite têm mais gordura adicio­nada e o branco tem mais gordura ainda.

Pessoas vatas, muito agitadas, são altamente sensíveis à cafeína e desequilibram ainda mais sua mente e seu corpo com a in­gestão do chocolate. O ideal é substituir este ingrediente por alfarroba em pó ou consumir pequenas quantidades semanais.

Para os pittas, o cacau acelera muito os batimentos cardíacos e aumenta seu calor interno. Uma boa suges­tão é misturar cardamomo em pó ao cacau.

Os kaphas são o que têm maior anseio pelo chocolate devido à combinação de sabores amargo e doce e ao efeito estimulante. Chocolates amargos e com pouca gordura e açúcar são os mais recomendados.

Então aproveite o chocolate amargo e o cacau com caute­la! Escolha marcas sem gordura hidrogenada e sem açúcar refinado. Um pedaço pequeno de chocolate por dia é aceitá­vel. Mas se você precisa de quantidades maiores e para acal­mar a ansiedade, é sinal de que algo está fora de equilíbrio.

Bombom de coco
Ingredientes
1 batata
100 g de açúcar cristal orgânico
100 g de coco ralado desidratado sem açúcar
180 g de chocolate amargo (sem gordura hidrogenada)
100 g de coco ralado fresco

Modo de preparo
Cozinhe a batata no vapor. Deixe esfriar completamente e depois amasse bem.

Misture o açúcar aos poucos à batata até formar uma calda líquida. Quando formar a calda, junte o coco ralado desidratado. Misture e leve à geladeira por 10 minutos.

Derreta o chocolate em banho-maria e reserve.

Misture a massa de batata com o restante do coco ralado e faça as bolinhas.

Coloque em uma fôrma ou recipiente e cubra com o chocolate derretido. Para finalizar, salpique coco ralado ou cacau e cardamomo em pó. Leve à geladeira por 2 horas.

Laura Pires é terapeuta ayurvédica e dá cursos e consultorias por todo o Brasil. buscadaessencia.blogspot.com

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Diálogos para um 2012 de inovação empresarial, profissional e pessoal

METODOLOGIAS

Investigação Apreciativa – Uma abordagem construcionista de planejamento estratégico e mudança organizacional que resgata o melhor do potencial da diversidade humana para a construção compartilhada de um futuro sustentável. Uma ferramenta que catalisa novas formas de pensar sobre metas, estratégias e organizações.

Dinâmicas Humanas – fruto de uma pesquisa de cerca 20 anos iniciada pelo estudo das padronagens de “assinaturas sonoras”. Explica as diferenças e semelhanças dos processos de funcionamento humano e convida a um novo paradigma de relacionamento e tratamento sistêmico dos problemas complexos empresariais.


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Respiração consciente diminui a depressão

Estudos comprovam que meditar ao respirar pode melhorar o humor.

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Toho, no Japão, realizaram um experimento para estudar os efeitos da meditação no humor das pessoas. Os resultados, publicados no periódico International Journal of Psychophysiology, comprovam que respirar conscientemente pode ajudar as pessoas a ganhar bem-estar. 
O experimento se baseava em focar na respiração abdominal durante 20 minutos. Depois da prática de atenção, os participantes disseram que tinham tido uma diminuição de sensações negativas e melhora do humor. 
Também foram realizados exames de imagem do cérebro antes e depois da respiração, que mostram que havia mais neurotransmissores serotoninérgicos no sangue e mais hemoglobinas oxigenadas no córtex pré-frontal, área associada à atenção e ao processamento de alta elaboração depois da prática. 

Uma outra pesquisa, feito pelos pesquisadores da Universidade Ruhr-Bochum, na Alemanha, provou o efeito do controle da respiração na depressão. Os voluntários tinham que prestar atenção, durante 18 minutos, na entrada e saída de ar. Os voluntários que conseguiram manter o foco na respiração perceberam diminuição de pensamentos negativos e desvalorização de si mesmos. Também disseram que tiveram maior controle das idéias insistentes e de sintomas depressivos. O estudo foi publicado na Cognitive Therapy and Research.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Glass House em Rishikesh


No texto abaixo, Renata Mendes, professora de yoga e escritora do blog Actveda conta um pouco da sua experiência na sua última visita a Glass House, em Rishikesh. Para ler o texto na íntegra acesse aqui.

Retiro na Glass House

Esses dias de retiro na Glass House foram muito especiais. Além de estar em uma parte bem limpa do Ganges, no qual posso entrar várias vezes sem um monte de indianos olhando, o local é bem silencioso, comparado a Rishikesh, e com uma energia incrível.


Para se ter uma ideia de como esse lugar é mágico: normalmente os rios sempre correm em direção a um outro rio, a um lago ou para o mar, mas na região onde fica a Glass House, o rio Ganges faz uma curva para o norte e volta em direção à sua nascente. Não sei se existe outro rio no mundo que faça a mesma coisa, mas, segundo o David Frawley, isso é muito auspicioso, o que torna a região muito boa para práticas mais profundas de autoconhecimento.

Por isso, é vital para mim tirar esses dias para fazer isso, não só aqui na Índia, um dos lugares mais sagrados e especiais que conheço, mas, principalmente, no meu dia-a-dia na loucura de São Paulo, cidade que escolhi para morar.

Você também quer visitar a Índia? Acesse www.casamoksha.com.br/conhecendoindia  para conhecer nosso Roteiro.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Segredos dos chakras, por Dra. Susan Andrews

O que se ensina normalmente é que eles estão relacionados às glândulas endócrinas, mas talvez você ainda não tenha ouvido muito sobre as chamadas “pétalas” dos chakras. Leia as revelações.

Ilustração: Pat Lobo
Há um crescente interesse entre os praticantes de Yoga ocidentais na antiga ciência espiritual do Tantra, com frequência envolta em mistério porque sempre foi passada oralmente de mestre a discípulo. Os textos tântricos que existem foram geralmente escritos em sandhya bhása, ou “linguagem crepuscular” – instruções ocultas e metafóricas, para que não fossem mal utilizadas por praticantes indevidos. Todavia, nos últimos anos, mais e mais estudantes de Yoga estão começando a se dar conta de que Tantra não é o “Yoga do sexo”, e sim , como seu nome em sânscrito indica, “aquilo que libera pela expansão”. Essa ciência da elevação da kundalini, a energia cósmica situada na base da coluna, tem como meta um estado de inexpressível êxtase e unidade. Isso pode ser alcançado abrindo os sete ou centros de energia psíquica ao longo da coluna, e liberando a energia divina que está latente dentro de nós. 
Muitas outras tradições ocultas têm descrito estes centros de energia sutil: os taoístas chineses, os alquimistas, e os místicos hebreus da Cabala. Mas foram os tântricos da Índia que desenvolveram a mais sofisticada ciência de purificação e controle desses centros, e de elevação da kundalini. E, como o artigo assinalou, cada vez mais ocidentais estão abraçando essa antiga ciência para transformar seu cotidiano numa bem-aventurada celebração. Contudo, ainda há muito mistério para ser desvelado em relação aoschakras. O que se ensina normalmente é que eles estão relacionados às glândulas endócrinas, nas suas respectivas regiões do corpo. Mas o que não é freqüentemente discutido são as tão chamadas “pétalas” dos chakras.



O QUE SÃO AS “PÉTALAS”? 

Você já se perguntou, ao observar as ilustrações das flores de lótus dos chakras com suas várias pétalas, o que essas pétalas representam? Por que será que no primeiro chakra na base da coluna a flor tem quatro pétalas, no segundo, seis, no terceiro, dez, e depois, doze, dezesseis, duas, e mil pétalas nos quatrochakras superiores?

O que aqueles antigos yogis tântricos descobriram, a partir de longas e concentradas introspecções em seus corpos energéticos, foi que cada uma dessas 50 “pétalas” (4 + 6 + 10 + 12 + 16 + 2 = 50) é um vórtice de energia psíquica, com sua cor e vibração sonora característica. Os yogis denominaram esses vibrantes sub-centros de vrttis, que literalmente significa “aquilo que gira”. Os insights desses yogis foram então codificados e sistematizados séculos antes de Cristo, na Índia, por um mestre realizado chamadoAstavakra, que nasceu deformado – daí seu nome Asta + vakra ou “oito dobras”. 

MISTÉRIOS DA MEDICINA CORPO-MENTE

Porém, a mais fascinante descoberta desses antigos sábios – e a mais importante para as nossas vidas práticas – foi que cada um desses 50 sub-centros dos chakras vibra em um certo padrão de freqüência mental. Todas as nossas emoções – esperança e medo, raiva e ódio, amor e orgulho – são geradas por emanações vibracionais desses vrttis. Os psicólogos atualmente debatem se temos quatro, sete, onze ou mais emoções básicas. Mas os tântricos, há milhares de anos, descobriram que temos cinqüenta meios de expressão mental, que vibram a partir dos sub-centros dos chakras.

Quando um vrtti é ativado, como uma mola solta fora do lugar, o chakra se torna desequilibrado, desfigurado. Esse padrão vibracional flui então através das dezenas de milhares de correntes de nervos sutis, ou nadis, em todo o corpo, perturbando o campo mental. A ativação desse vrtti também estimula ou inibe a secreção da glândula endócrina associada àquele chakra, causando uma súper ou uma sub-secreção de hormônios. Isso então ativa uma determinada resposta emocional e física.

Essa descoberta dos mestres guarda a chave de muitos mistérios sobre a ligação entre psique e soma. Na literatura da “medicina corpo-mente” sempre se encontra sempre perguntas do tipo: “Porque o amor e a esperança estimulam o sistema imunológico? Qual é o misterioso “mecanismo” pelo qual a fé cura, e o ódio adoece”? Talvez as tradições espirituais do Oriente ajudem a ciência ocidental a emergir de seu paradigma mecanicista. Como diz o psicólogo transpessoal Stanislav Grof, “A riqueza do profundo conhecimento sobre a consciência humana, acumulada nesses sistemas orientais através de milênios, não foi ainda adequadamente explorada, compreendida e integrada pela ciência ocidental”.

Qual é o misterioso “mecanismo” pelo qual a fé cura, e o ódio adoece”? Talvez as tradições espirituais do Oriente ajudem a ciência ocidental a emergir de seu paradigma mecanicista. 

Esses vrttis são lentes por meio das quais percebemos e vivenciamos o mundo – como amável ou irritadiço, inspirador ou amedrontador. Algumas vezes são paixões tão veementes que ameaçam nos esmagar; outras vezes são sentimentos ocultos tão sutis que raramente os notamos. Por exemplo, se ovrtti da “falta de autoconfiança” (avishvasa em sânscrito) no segundo chakra for habitualmente super-estimulado, a pessoa desenvolverá complexo de inferioridade; se o vrtti de “ódio” (ghrnaa vrtti), no terceiro chakra, for super estimulado, a pessoa se sentirá cheia de hostilidade; e se o vrtti de “afeição” (mamata), no quarto chakra for super-estimulado, ela sentirá um cálido sentimento de compaixão. 

O psicólogo Aaron Beck da Universidade da Pensilvânia chama essa sutil expressão dos vrttis de “pensamentos automáticos” – suposições fugazes de pano de fundo, que refletem nossas atitudes mais profundas e determinam todo o nosso comportamento. Ficamos incomodados com algo de manhã, e então permanecemos irritados por todo o dia, agindo asperamente sem razão para com as pessoas; mas, muitas vezes, completamente desatentos à nossa própria irritabilidade. Um indivíduo pode manifestar, excessivamente, uma certa combinação desses vrttis – por exemplo, medo (no terceiro chakra) e complexo de inferioridade (no segundo chakra). Outra pessoa pode ter outros vrttis superativos – por exemplo, otimismo (no quarto chakra) e altruísmo (no quinto chakra). Nossa personalidade é o somatório desses fluxos mentais que são expressos habitualmente. São as cinquenta “cores” emocionais na aquarela da nossa mente, a partir das quais selecionamos as tonalidades para pintar a tela da nossa personalidade. São as várias “notas” que emanamos para orquestrar a melodia das nossas vidas.

RAIVA MATA
Será que você conhece alguém da chamada “Personalidade do Tipo A”? Que fica facilmente com raiva mesmo diante de acontecimentos triviais – um carro lento à sua frente, um elevador demorado, crianças bagunceiras? Por anos os cardiologistas têm alertado que pessoas do Tipo A, com um “tipo permanente de raiva, hostilidade ou inveja”, têm um risco mais alto de morte prematura. Por quê? Uma das razões é que suas glândulas supra-renais secretam excessivas doses do hormônio do estresse, cortisol. Em experimentos conduzidos pelo Dr. Edward Suarez, da Universidade de Duke, nos EUA, as pessoas com alta pontuação de hostilidade produziram quarenta vezes mais cortisol do que aquelas mais tranqüilas quando sujeitas às mesmas provocações. Esse aumento hormonal pode resultar em doença e morte. Com cada alarme supra-renal, a pressão sangüínea se eleva, o batimento cardíaco é perturbado, e o sistema imunológico suprimido. Pessoas hostis do Tipo A, de acordo com essas pesquisas, têm sete vezes mais chances de morrer antes dos cinqüenta anos do que as pessoas do Tipo B, aquelas mais “cabeça fria”, as do Tipo B. 

Mas a razão pelo qual uma excessiva estimulação dos hormônios das supra-renais liga-se diretamente à hostilidade e à inveja ainda permanéce um enigma para os pesquisadores. Talvez a antiga ciência de Tantra possa nos prover com algumas dicas. Quando os vrttis do terceiro chakra da hostilidade (ghrna), irritabilidade ou raiva (kasaya), e inveja (irsya) das pessoas do Tipo A são cronicamente super-estimulados, as glândulas supra-renais são ativadas para secretar desenfreadamente doses excessivas de cortisol. Essas pessoas se tornam então ainda mais reativas aos estímulos externos: qualquer coisa pode parecer uma ameaça e causar uma raivosa erupção. Para os Tipos A com os vrttis do terceiro chakraconstantemente desequilibrados, a raiva mata. 


O QUARTO CHAKRA – A CURA PELA ESPERANÇA 

De todos os medicamentos, a esperança é de fato um dos mais poderosos. Em uma pesquisa da nova ciência de psico-neuro-imunologia, com 649 especialistas em câncer nos EUA, 90% concordaram que o fator mais significativo na cura de seus pacientes é a atitude de esperança e otimismo. Em mais de 400 curas espontâneas de câncer, envolvendo toda sorte de tratamentos - de jejum com suco de uvas à visitas ao santuário sagrado de Lourdes, na França – todas tinham somente um elemento em comum: a mudança para uma atitude mais esperançosa antes da remissão do tumor. Mas como funciona essa “fisiologia da esperança” funciona ainda é mistério para o meio médico. 

Podemos compreender este fenômeno lembrando que um dos sub-vórtices psíquicos, localizado no Anahatachakra, é chamado asha ou esperança. Quando esse vrtti é mobilizado, ele estimula a glândula timo associada ao quarto chakra, o “regente da orquestra imunológica”. Alguns psicólogos já criaram uma ‘escala-E’ – ‘escala da Esperança’ – para testar o nível de otimismo nos pacientes. Verificaram que aqueles com maiores “notas” em otimismo tinham sistemas imunológicos mais fortes, e foram menos propensos a desenvolver câncer.

“A Força que guia as estrelas está me guiando também.”
Portanto, precisamos a todo custo, asseveram os yogis, cuidar para manter nosso asha vrtti, nosso otimismo, sempre vibrando no fundo do coração sutil. Disse Einstein que a pergunta mais importante que um ser humano pode fazer é, “Será o universo amigável?” Sentir que existe sempre uma Força benevolente no universo, guiando a minha vida a cada momento, mobiliza não somente coragem e tranqüilidade, mas também saúde em todo meu ser. Um dos tesouros mais preciosos da vida é a convição de que, em qualquer circunstância, por mais árdua que seja, eu nunca estou só ou desamparado. A Força que guia as estrelas está me guiando também.

PURIFICAÇÃO E CONTROLE DOS CHAKRAS

Há cerca de sete mil anos, mestres realizados – “exploradores intrépidos do interior”, como disse o visionário Willis Harman – têm formulado uma ciência sofisticada do corpo, mente e espírito. Eles desenvolveram não somente uma refinada compreensão da nossa anatomia sutil, mas também um vasto repertório de práticas para harmonizá-la. Nosso equilíbrio emocional depende não somente de uma regulada secreção das glândulas endócrinas, mas também da harmonia vibracional dos chakras, que são a fonte de todas as expressões psíquicas. Quando o fluxo vibratório dos sub-vórtices fica distorcido, ocorre desequilíbrio endócrino e distúrbio emocional. Quando as freqüências do chakra estiverem em equilíbrio, seu formato e sua cor são claros e vibrantes, e sua expressão acústica afinada. As práticas psico-espirituais de Tantra atuam no nível dimensional mais elevado e sutil do indivíduo, para modular a ressonância do chakra e dos seus sub-centros até seu estado ideal. Essas técnicas superpõem as corretas freqüências cromáticas e sônicas sobre as distorcidas vibrações dos chakras, equilibrando-as e, conseqüentemente, as glândulas endócrinas correspondentes. Desse modo, distúrbios mentais e complexos emocionais podem ser erradicados pela raíz, e permanentemente curados. E podemos atingir a meta última da busca espiritual: como o Patañjali disse, Yogaschitta vrtti nirodha - a cessação de todos os vrttis num estado de unidade absoluta.

Como Daniel Goleman, autor do best-seller Inteligência Emocional enfatisou, na sociedade atual nossas emoções têm fugido perigosamente do nosso controle. Neste momento crítico da história humana, com a turbulência da hostilidade e do medo se alastrando dentro e fora de nós, precisamos equilibrar os vrttis que estão impedindo a paz social, e elevar nossa energia às frequências mais elevadas dos chakras superiores. A solução está em nossas mãos. Ou, para ser mais exata, nos mais profundos recessos do nosso ser. 

PRÁTICAS TÂNTRICAS PARA HARMONIZAR OS VRTTIS: CHAKRA SHODAN (purificação) e CHAKRA NIYANTRAN (controle)
· ASANAS, envolvendo kumbhaka (retenção da respiração na postura); pressionando repetidamente umchakra em particular, seus sub-centros, e as glândulas endócrinas correspondentes. 

· MUDRAS: visualizações psíquicas envolvendo pra’naya’ma ou controle da respiração, e influxo de energia prânica nos diversos chakras.

· TATTVA DHARANA: uma avançada prática tântrica de profunda concentração interior no núcleo dochakra, visualizando sua cor e seu formato corretos, e mentalmente entoando suas respectivas raízes acústicas, ou biija mantras. 

· DHYANA: A ativação dos chakras superiores através de meditações que mobilizam um espírito de entrega e devoção.

* Os desenhos desta reportagem são artísticos e NÃO ilustram as cores exatas e pétalas dos chakrassegundo a ciência milenar de Tantra. As posições não são exatas. Muladhara está no cóccix, no final da coluna vertebral. Manipura está no umbigo, e svadhisthana está entre os dois. Anahata está no centro do peito e ajiná está entre as sobrancelhas.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Pesquise por assunto

A Arte do Ser Cantante Agra Ajuda humanitária Alegria Crescente Alimentação Alimentação Viva alterações sistema hormonal Alzheimer Ananda Anita Carvalho Anita e Diogo Antahkarana Aparigraha arayanan Krishnan Atitude Sustentável Atman Auto-Contenção Autodescoberta Ayurveda Bem-Aventurança Bem-estar Bisfenol A Cacau Cacau Puro câncer Canto E Cérebro Canto e Cura Caridade Casa Moksha Cecília Valentim Chackras chef dos famintos Chico Xavier Chocolate Chocolate Amargo Cit Consumo Inteligente Controle das Emoções Crudívoros cuidados com a saúde Culinária Viva Cultivar Alegria David Frawley Delhi Demers Depressão Desapego Desnutrição Detox Dinâmicas Humanas Diogo Camargo Dizer não Dra. Ann Wigmore Dra. Stela de Simone Energia Vital Enlatados Envelhecimento Precoce Estresse eventos na Casa Expansão da Memória Falta de tempo Fátima Lisboa Nascimento Fazenda Gaia FDA Feldenkrais Felicidade feriados Ferrucci Frank Jude Ganga Ganges Glândulas Endócrinas Glass House infertilidade Jaipur Jane Susie C. Almeida Joyshna Kaelash Neels Kapha Libertação Living Food Livro Para Você Luciano Vivo Madurai Martin Boroson Medicina Indiana Meditação de um momento Melhora Capacidades Mentais Melhores Escolhas Memória Menos é mais Menstre sem casa Mokshe Feldenkrais Mudita Bhavana o Companheiro dos Esquecidos O Poder do Canto obesidade One Moment Meditacion Organização não-lucrativa Pandits Perda Pitta Poder da Felicidade Prática de felicidade Pratique Yoga Respiração Consciente Retiro Rishikesh Ritual Roteiro Rotina Saudável Samsara Sandra Siegel Sapiência Sat Saúde Sawaki Kôdô Rôshi Serotonina Shambhavi Sistemas Humanos Spa substâncias tóxicas Sul da Índia Supercérebro Surf e Yoga Susan Andrews Svarupa Swami Dayananda Sarasvati templos na índia Thanissaro Bhikkhu Ubatuba Universidade Ruhr-Bochum Universidade Toho Vata viagem dos sonhos Viagem para Índia Vida Simples Vitalidade Vitalidade Alimentos Viver Melhor yoga Yoga em Curitiba Yoga Santa Felicidade Yogini Shakti Zen Budismo